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quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Crescimento recorde da agricultura impulsiona o PIB brasileiro

Os excelentes resultados da agricultura no início deste ano e a recuperação do desempenho econômico da pecuária projetam que o Produto Interno Bruto (PIB) do conjunto da agropecuária brasileira atingirá R$ 132,53 bilhões em 2003.


Esse valor representa crescimento de 5,35% na comparação com o PIB da agropecuária registrado no ano passado, que foi de R$ 125,79 bilhões. Isoladamente, a agricultura deverá crescer 9,22% este ano, atingindo um PIB de R$ 79,42 bilhões; contra R$ 72,72 bilhões em 2002. Os bons números da agricultura refletem o aumento da produção e a melhora dos preços internacionais pagos pelos produtos do setor.


Os dados foram calculados pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) em parceria com o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada da Universidade de São Paulo (Cepea/USP), e mostram que o setor rural avança com mais vigor que a média da economia. O “Relatório de Inflação” do Banco Central, divulgado no final de junho, indica que o crescimento geral do PIB deverá ficar entre 1,5% e 1,8%, e que esse crescimento é sustentado pelos bons resultados da agropecuária nacional.


O PIB total do agronegócio brasileiro (que inclui outros segmentos como o de insumos e de transportes) deverá atingir R$ 440,46 bilhões em 2003, em crescimento de 3,8% frente aos R$ 424,32 bilhões registrados no ano passado. Quando considerados os dados desagregados, o resultado mais tímido é o da pecuária, cujo PIB deve atingir R$ 53,12 bilhões este ano, em elevação de 0,08% na comparação com os R$ 53,07 bilhões registrados em 2002. Há expectativa, porém, de que durante o ano ocorra uma recuperação dos preços pagos à pecuária, permitindo uma ampliação mais forte do PIB do setor. Para calcular esses dados, CNA e Cepea/USP consideram os resultados do agronegócio acumulados entre janeiro e abril deste ano, que permitem realizar uma projeção para o crescimento do PIB em todo o ano.


Em outro estudo da CNA, que acompanha o comportamento do Valor Bruto da Produção (VBP) dos 25 principais produtos da agropecuária nacional (ou seja, a renda do setor), também são verificados resultados bastante positivos para o setor. Foi apurado um aumento real de 14% no VBP durante os quatro primeiros meses do ano, indicando que a renda da agropecuária atingirá R$ 154,9 bilhões em 2003, contra R$ 135,9 bilhões, no ano passado. Mais uma vez, o destaque é a agricultura, que terá VBP de R$ 98,3 bilhões este ano, representando crescimento de 21,5% na comparação com os R$ 80,9 bilhões registrados no ano passado. É a soja que impulsiona esse crescimento. Isoladamente, o VBP da soja salta de R$ 20,5 bilhões, em 2002; para R$ 31,4 bilhões, em 2003, em crescimento de 53,3%.


O VBP do milho deve chegar a R$ 14,5 bilhões este ano, em crescimento de 52,8% na comparação com os R$ 9,5 bilhões registrados no ano passado. Esse aumento está ligado diretamente à ampliação da oferta do grão, considerando expectativa de forte elevação colheita na safrinha, elevando o total da produção nacional de 35,2 milhões de toneladas, conforme registrado no ano passado; para 42,7 milhões de toneladas, em 2003. Espera-se, porém, que a elevação da oferta não represente queda dos preços pagos pelo milho. Os piores resultados quanto à geração de renda ficaram com a cana-de-açúcar, laranja, carne bovina e carne suína. O VBP do setor de suínos, por exemplo, deve cair de R$ 5,6 bilhões, em 2002; para 4,8 bilhões, refletindo a redução dos preços médios pagos nesse setor.


SALDO COMERCIAL RECORDE NO AGRONEGÓCIO


O agronegócio brasileiro apresentou superávit de US$ 9,13 bilhões entre janeiro e maio deste ano, um resultado 40,6% superior ao registrado nos cinco primeiros meses de 2002. O superávit deste início de ano é resultado de exportações de US$ 11 bilhões e importações de US$ 1,9 bilhões. Entre janeiro e maio do ano passado, o saldo positivo de US$ 6,10 bilhões do agronegócio foi gerado por exportações de US$ 7,9 bilhões e importações de U$ 1,8 bilhão. Ou seja, na comparação entre 2002 e 2003, o agronegócio brasileiro conseguiu expandir fortemente as vendas ao Exterior, mas mantendo praticamente o mesmo patamar de gastos com importações (que envolvem principalmente insumos).


O bom desempenho das exportações do agronegócio deve-se principalmente à soja, setor que vendeu US$ 2,82 bilhões ao Exterior entre janeiro e maio, ou 111,1% a mais que o total de US$ 1,34 bilhão registrado em igual período do ano passado. Houve, neste início de ano, uma combinação de fatores que favoreceu o complexo soja, o que inclui as taxas de câmbio vigentes no período, a ampliação da produção em cerca de 20% e os bons preços no mercado internacional. Entre janeiro e maio do ano passado, era praticado o preço médio de US$ 170,9 por tonelada de soja em grão. O preço médio da soja, nos cinco primeiros meses deste ano, atingiu US$ 207,6 por tonelada.


O complexo carnes também apresenta bons resultados dentro da balança comercial do agronegócio, com superávit de US$ 1,39 bilhão nos cinco primeiros meses do ano. Houve, portanto, crescimento de 25,3% no saldo comercial do setor, pois em igual período do ano passado as exportações do complexo carnes atingiram US$ 1,11 bilhão. Na comparação entre os cinco primeiros meses deste ano com igual período do ano passado, os preços médios pagos ao complexo carnes caíram 12,7%, mas o volume exportado aumentou 43,6%, o que permitiu ao setor ampliar as receitas de exportação.

Fonte:agronline.com.br